ANÁLISE
DE MATERIAL DE ALFABETIZAÇÃO
BURANELLO, Cristiane. Letramento e alfabetização linguística, 1º ano /
Cristiane Buranello. 2ª edição. São Paulo: Escala Educacional, 2008. (Coleção
conhecer e crescer)
Cláudio Alves de Melo
A cartilha possui um formato estrutural
com temas enumerados de 1 a 12, os quais são organizados da seguinte forma: são
sugeridos inicialmente temas em formato de textos de acordo com a necessidade
de estimulação das crianças contextualizando-os com situações vivenciadas por
eles no cotidiano, em seguida, é realizada uma atividade de interpretação do
texto trabalhado e posteriormente é sugerido atividades ao aluno onde o mesmo
venha a construir algo relacionado com o tema proposto. E por último é
trabalhado a parte gramatical.
A cartilha enfatiza a utilização de
textos, os quais são trabalhados a partir do todo, de forma ampla, com o
objetivo de fazer com que a criança desenvolva melhor a fala, a escrita e a
leitura. Os textos utilizados giram em torno de temas que fazem parte da
realidade do aluno, assim o processo ensino/aprendizagem terá sentido para a
criança.
A autora utiliza o método
Construtivista de ensino, o qual prima pela construção do conhecimento a partir
da própria criança, onde o educador e o material didático servem como meios que
auxiliam aquisição do conhecimento. O educador se torna um mediador, ao invés
de um explicador, dando oportunidades para que a criança possa desenvolver suas
habilidades.
A autora usa no estudo da fala,
textos como referência para a apresentação das frases, palavras e sílabas.
Diferente das cartilhas convencionais que usam métodos tradicionais,
trabalhando as palavras separadas em silabas, com o intuito de ensinar a
criança fazendo-a pronunciar silaba por silaba. Dessa maneira, torna o processo
de aprendizagem da criança fragmentada, onde a escrita se apresenta de forma
dispare do que é falada em seu cotidiano, tornando mais difícil seu
aprendizado. A cartilha analisada faz uso de textos com temáticas
significativas para a criança, motivando-a a aprender.
Já a escrita é realizada por um
processo mais amplo, onde a preocupação não é dar ênfase a palavra por si só, e
sim trabalhar a própria palavra contextualmente, ou seja, trabalha a palavra
inserida em um contexto que tem sentido para a criança durante o decorrer do processo
de aprendizagem. As atividades propostas pela autora fazem com que a criança
faça associação das imagens que são expostas no livro ao nome que corresponde
às mesmas.
Os textos usados na cartilha são bem
próximos à realidade vivenciada pelas crianças. Os textos utilizam linguagens
verbais, não verbais e mistas. Com isso as crianças a partir de imagens e
textos, podem com mais facilidade construir textos e identificar palavras. As
atividades de interpretação instigam a criança a lerem os textos e, por eles
serem construídos a partir da realidade com eixos temáticos, os quais dão uma
possibilidade maior de compreensão da leitura. A cartilha estimula a criança a
produzir mais conhecimentos a partir dos conhecimentos que já possui.
As temáticas colocadas
nos textos da cartilha procuram enfatizar valores e conceituam atitudes que
deveriam ser exercidas pelas crianças, tais como: as formas de comunicação, a
importância do nome de cada pessoa, a escola é para todos, entre outros;
correlacionando-as com a conceituação de objetos mais usados no cotidiano infantil,
com isso a autora acredita que estimulará a criança à reconhecer esses objetos
e a praticar tais atitudes. Como exemplo, citamos a atividade que apresenta
imagens de mercadorias e manda as crianças fazerem uma lista de compra com tudo
que ela ache necessário que haja em sua residência. Isto é, todas as atividades
sugeridas na cartilha possuem como base ações que são praticadas no cotidiano
de qualquer pessoa, assim, conforme a autora, a criança terá uma melhor compreensão
e assimilação do conteúdo.
As ilustrações utilizadas na cartilha
também são facilmente reconhecidas por elas, por estarem inseridas no uso
cotidiano delas, e possuem como objetivo provocar o interesse das crianças em
relação ao que está sendo estudado. Em determinado momento explicam, em outro
complementam o que esta sendo exposto.
A cartilha não defini conceitos, mas
oferece subsídios para que a criança construa seu próprio conhecimento. É
notório que a cartilha reconhece como relevante o conhecimento prévio, a
vivência da criança no processo de ensino-aprendizagem, pois a autora acredita
que sugerindo atividades a partir de situações vivenciadas pelas crianças,
essas irão aperfeiçoar seus conhecimentos desenvolvendo sua cognição.
Para falar de uma maneira bem simples
a nossa impressão sobre a cartilha, destacamos seus pontos positivos e
negativos, a saber:
Pontos Positivos:
- O fato de a cartilha levar em consideração os conhecimentos prévios da criança;
- Contextualiza os conteúdos estudados com o cotidiano da mesma;
- Apresenta atividades e projetos que complementam seu ensino.
Pontos Negativos:
- A cartilha dá pouca ênfase na ortografia;
- Trabalha de forma muito sintetizada a parte gramatical e consequentemente,
- Trabalha poucos exercícios gramaticais.
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